Paul Alexander, o homem do pulmão de aço, morre de covid-19

Em entrevista à revista HealthDay, Paul, que hoje tem 77 anos, relata que foi colocado em uma maca ao longo de um corredor com outras crianças, sendo a maioria já morta. Estando em uma fase mais avançada com a doença, sua sobrevivência só se deu quando um médico realizou uma traqueostomia de emergência. Com o tempo, Paul conseguiu sair do confinamento durante o dia, mantendo o pulmão de aço apenas à noite. Segundo relatos, a equipe do hospital o colocou em uma maca em um longo corredor com outras crianças desesperadas com poliomielite. Embora a maioria das pessoas infectadas não apresente sintomas, aqueles que adoecem podem desenvolver paralisia muscular e, em casos graves, até mesmo morrer.

Sobrevivente da poliomielite morre após 7 décadas com ‘pulmão de aço’

“Paul foi um incrível exemplo [para toda a comunidade] que continuará a ser lembrado”, escreve. O norte-americano também concluiu a faculdade de direito, na Universidade do Texas, em 1978, tornando-se um advogado bem-sucedido. Foi somente quando o menino começou a ter dificuldades para respirar e engolir que sua família não teve escolha senão interná-lo. Assim como muitas outras vítimas do vírus, a saúde do norte-americano se deteriorou rapidamente, fazendo com que ele ficasse permanentemente de cama e incapaz de falar.

Paul Alexander, o homem do pulmão de aço, morre de covid-19

Esse método alternativo também é conhecido pelo nome técnico de “respiração glossofaríngea”. O mês de julho de 1952 foi um marco na vida do estadunidense Paul Alexander. Então com 6 anos de idade, ele saiu para brincar na chuva com seu irmão mais velho no subúrbio de Dallas, no estado do Texas. O que parecia ser uma experiência memorável da infância custou décadas de liberdade a Paul, que veio a se tornar, segundo o site oficial do Guinness World Records, o homem que ficou mais tempo em um pulmão de aço.

O americano detinha o recorde do Guinness Book como a pessoa que viveu mais tempo respirando com a ajuda da máquina. O dispositivo tem janelas e portas de acesso para cuidados médicos e um espelho para que os pacientes possam interagir com os outros. Devido ao desenvolvimento de outras terapias e à vacina, os pulmões de ferro tornaram-se obsoletos na década de 1960, quando foram substituídos por ventiladores mecânicos. Mas Alexander continuou vivendo no cilindro porque, segundo ele, ficou acostumado.

Entenda o que é o pulmão de aço

Um pulmão de aço (ou pulmão de ferro) é um dispositivo médico usado para ajudar na respiração de pessoas paralisadas devido à poliomielite. Alexander contraiu poliomielite em 1952, quando tinha 6 anos, e a doença o deixou paralisado do pescoço para baixo. Ele também ficou incapaz de respirar de forma independente, o que levou os médicos a, depois de operá-lo, colocá-lo em um cilindro de metal — um pulmão artificial — onde passaria o resto da vida.

Os problemas respiratórios mais comuns tratados com esse dispositivo eram sequelas de doenças como a poliomielite. Também conhecida simplesmente como pólio ou paralisia infantil, essa condição é contraída através de um vírus e pode provocar danos permanentes em diferentes partes do corpo. A pessoa é colocada dentro de uma grande câmara hermética, em que apenas a cabeça fica para o lado de fora. Uma bomba então é utilizada para alterar a pressão do ar dentro da câmara (o “pulmão”), criando uma pressão negativa ao redor do tórax. Essa pressão faz com que os pulmões se expandam, facilitando a entrada de ar.

Em meados de 1952, ele tinha seis anos de idade e os Estados Unidos enfrentavam um surto de poliomielite, uma doença grave causada por vírus. “Desde então, melhores notícias Paul foi para a faculdade, tornou-se advogado e autor publicado. Sua história viajou longe, influenciando positivamente pessoas ao redor do mundo.

Ele foi reconhecido pelo Livro Guinness dos Recordes como a pessoa que viveu mais tempo em um pulmão de ferro. Após três dias do procedimento, o pequeno Paul recobrou a consciência. Mas, em vez de uma cama, ele estaca deitado dentro de uma máquina e em outra parte do hospital.

O homem do pulmão de aço

Sua história viajou longe e influenciou positivamente pessoas ao redor do mundo. Mais recentemente, o paciente do pulmão de aço começou a compartilhar a sua rotina no TikTok, rede social em que acumulava 4,5 milhões de curtidas. Isso porque uma das consequências graves da infecção pelo vírus, que na época não podia ser prevenida com a vacina, é a paralisia muscular. Quando essa paralisia atingia os músculos do peito, o paciente passava a não conseguir respirar, o que o levava à morte. Nesta segunda-feira (11), o estadunidense Paul Alexander morreu, aos 78 anos, em decorrência de uma infecção pelo vírus da covid-19. Paul era mundialmente conhecido por ser o homem que viveu por mais tempo com um pulmão de aço, também chamado de pulmão de ferro, segundo o Guinness World Records.

Por isso, quando o pequeno Paul começou a apresentar sintomas como febre, dor no pescoço, cansaço e uma dor profunda nos músculos, sua mãe já sabia. “Quando minha mãe viu meu rosto, ela soube”, diz Paul para Guinness World Record. Isso é possível porque, conforme a máquina suga o ar para fora, e a pressão dentro da caixa cai, e os pulmões do paciente se expandem automaticamente, puxando o ar de fora pelo diafragma. Já quando o aparelho permite a entrada do ar de volta na câmara, a mudança na pressão comprime o pulmão levando-o a se esvaziar. Após muitas sessões de fisioterapia, Alexander aprendeu novas técnicas de respiração, o que o mantinha livre do equipamento do pulmão de aço durante o dia. No entanto, era sempre necessário voltar em algum momento, especialmente à noite.


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